Alexandre Zuba

ARTE À FLOR DA PELE
Em exposição inusitada, o artista Alexandre Zuba mostra sua versatilidade e trânsito livre entre as muitas vertentes da arte

Jerúsia Arruda


Ele desenha charges e cartuns, coleciona discos de vinil, trabalha como arquivista em uma agência bancária, faz faculdade de Direito, é designer, artista plástico, mas sua grande paixão é mesmo a música. Para completar sua coleção de talentos Alexandre Zuba Nunes, o Tatu, apresenta, neste fim de semana, sua mais nova criação, I-co-for-m-a-ção, uma mostra de telas, desenhos, esculturas e música ao vivo, que ele chama de exposição de idéias, onde revela seus questionamentos, inquietação, sensibilidade, capacidade criativa e percepção artística. A exposição acontece no Vinicius Cultura e Bar, novo espaço cultural de Montes Claros.
Multi-instrumentista, com uma afinidade maior com a percussão, Alexandre Zuba diz que essa paixão vem de longa data.
- Desde pequeno gosto de música. Curioso é que em minha família ninguém toca ou canta. Acredito que a inspiração venha do convívio com amigos e da curiosidade que me deixa inquieto – diz Alexandre que toca desde os 16 anos.
Amante da música regional norte-mineira, apesar de nunca ter freqüentado um curso de música, Alexandre toca violão, flauta e percussão.
- Comecei meio sem compromisso, em um bar de Montes Claros, até descobrir que levava jeito. Aí, a dupla Carlos Maia e Charles Boavista me convidou para participar de seus shows como percussionista e foi a primeira vez que pude vivenciar a música como profissão, viajando e sendo pago para tocar – conta.
Ao lado dos músicos Lalá Bastos (percussão e vocal), Edu Lemos (percussão, violão e vocal) e Barata (baixo e back vocal), Alexandre montou a banda Ladu-zú, cujo nome foi formado por sílabas de seu nome, de Edu e Lalá. Em seguida, Flávio (gaita e flauta transversa) se integrou ao grupo. Com um som experimental, mais percussivo, sedimentado na música regional, a Ladu-zú ganhou a atenção do público pela combinação rítmica, inspirada na música regional com forte influência dos outros sons, de outros estilos.
Fã de Alceu Valença, Alexandre diz se inspirar no artista para compor suas canções e seu grande sonho continua sendo viver da arte, produzir uma música mais livre, sem estereótipos, que não se preocupe em atender às exigências do mercado capitalista, mas à inspiração e ao prazer de tocar.

- Faço faculdade, que mesmo não sendo de música me dá maturidade e respaldo para encarar o mercado de trabalho. Estou sempre envolvido com arte para transitar melhor nesse universo. Também escrevo poesias e fico o tempo todo em contato com a música. – completa o músico.
Inovando o estilo, cada vez mais inventivo, neste sábado, o jovem artista expõe seu trabalho como artista plástico com a mostra I-co-for-m-a-ção, pontuada por intervenções musicais, ao lado dos músicos Cézar Negão, Bêu, Timbó, Erlane, Gladson Braga, Daniel Novaes, Deborah Rosa, Edu Lemos, entre outros; e intervenções cênicas, com interpretação de textos do poeta Vinicius de Moraes pela atriz Ana Flávia Amaral.
Toda a programação acontece a partir das 19h30 e é gratuita.

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