Marimbondo Chapéu

Ó DEUS SALVE, MARIMBONDO!
O jovem músico Marimbondo Chapéu é uma das maiores referências da cultura popular regional norte-mineira, cujo talento é reconhecido nacionalmente


 
 
POR JERÚSIA ARRUDA
 
Cantigas de roda, lundu, catira, curralera, São Gonçalo, arrasta-pé folia, embolada e toda a magia da mais autêntica música popular norte-mineira reunidos, no palco, sob a batuta do jovem mestre Marimbondo de Chapéu.
Atração do Tom da Terça na noite de ontem, o menino de Alto Belo é sempre um espetáculo à parte, pela sensibilidade musical e simplicidade de alma que arrebatam o espírito e enleva a alma daqueles que têm o privilégio de serem alcançados pelos acordes de sua rabeca e viola caipira.
Presente em todos os eventos nacionais que envolvem a cultura popular regional, Marimbondo Chapéu é um daqueles raros exemplos em que a obra parece ser maior do que o autor, dada a simplicidade no agir, no falar, conservados intactos, mesmo a despeito do contato constante com a poderosa mídia, que, normalmente, influencia e, em alguns casos, até desvirtua.
Mas, se consideradas a integridade e grandeza de alma, nada pode ser maior. E quando isso se junta à musicalidade inata, aprimorada pela efervescência cultural da família, do lugar onde nasceu e se criou e das parcerias que o ajudaram a se firmar na música, estamos diante de uma estrela de primeira grandeza.
Às voltas com projetos em várias vertentes, Marimbondo diz que se prepara para participar do filme Pai e Filho, do diretor Breno Silveira, está em plena produção do terceiro Cd, que deve ser lançado nas Festas de Agosto de Montes Claros, e também participa da peça teatral Coração Caipira, com o ator mineiro Jackson Antunes.
Além dos projetos pessoais, Marimbondo diz que mantém uma agenda de shows que inclui apresentações em todo país, inclusive em programas de rádio e televisão.
Uma das canções do jovem rabequeiro, Coração caipira (gravada no segundo CD) pode ser ouvida na novela da Rede Globo, Desejo Proibido.
Marimbondo Chapéu já gravou dois CDs e participou de shows ao lado de músicos como Teo Azevedo, Inezita Barroso, Gabriel Pensador, Marcelo D2, entre outros, fé\z várias participações musicais em telenovelas, como Esperança (Globo) e Serras Azuis (Bandeirantes).

INFLUÊNCIAS
Aos 27 anos de idade, 20 deles dedicados à música, o filho do músico e artesão Antonio Preto, de quem ouviu a música caipira desde que nasceu, conta que ganhou sua primeira rabeca aos nove, presente do artesão e também músico, Sinval da Gameleira. Foi também aos nove anos que conheceu o mestre Zé Coco do Riachão, apresentado pelo padrinho Teo Azevedo, de quem herdou a vontade e a determinação de seguir a carreira para qual diz achar que já nasceu predestinado.
- Quando era criança, ouvia a música de Zé Coco no disco de vinil e também pela Rádio Terra, meio de comunicação que nos alcançava em Alto Belo, na época. E era assim que aprendia, de oitiva, a tocar suas músicas. Também recebi dicas dos mestres Teo Azevedo e Sinval da Gameleira. No mais, acho que é dom de Deus, que me guiou e ajudou a dominar a arte de fabricar e tocar viola e rabeca – conta.
No projeto Tom da Terça, Marimbondo subiu ao palco da sala Cândido Canela do Centro Cultural Hermes de Paula, acompanhado dos músicos convidados Nagib (violão e viola), Zé Godinho (violão e cantiga de roda) e Carlos Maia (violão e voz).

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