Entrevista: TEREZINHA LIGIA

Conversamos com a coordenadora geral do projeto Expresso Sertão e diretora do Grupo Fibra, Terezinha Ligia que conta como está sendo a experiência com a caravana. Confira.

Como surgiu o conceito do projeto?
O nome Expresso Sertão estava entre uma série de nomes sugeridos, mas não tivemos dúvidas na hora de apostar nesta nova marca que agora leva cultura ao interior de Minas. No início, doze cidades seriam contempladas, mas o total da verba solicitada não foi aprovado e fizemos readequações na planilha, reduzindo para seis o número dos municípios contemplados.
 

Como foi o processo de operacionalização?
A produtora Fabíola Dourado montou o projeto e apresentou no Edital da Lei de incentivo à Cultura de Minas Gerais de 2006. Depois de aprovado o projeto, ela ficou meses correndo atrás do patrocinador. Aliás, a captação é o maior desafio dos artistas. Nos últimos dias tivemos o retorno positivo da Transnorte que é a patrocinadora da caravana até hoje.

Qual o critério para formar o roteiro da caravana?
As cidades foram escolhidas de maneira que pudéssemos visitar várias partes das regiões Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha.

As prefeituras foram receptivas ou tiveram alguma dificuldade em firmar parceria?
Nem todas. Tivemos restrições com relação a palco em algumas cidades. O palco é a contrapartida mínima de cada prefeitura.

Na execução do projeto, como percebeu a situação das comunidades em relação ao acesso a promoções culturais?
Percebemos, na verdade, o que a gente já sabia: falta incentivo à cultura no interior. As pessoas gostam do espetáculo, mas a ação é muito pontual. É preciso políticas públicas voltadas para fomentar a cultura popular nesses municípios.

Como tem sido a realização das oficinas? Dá para perceber interesse e talento por parte dos participantes?
Sim. Aparecem pessoas ousadas, irreverentes. A experiência tem sido muito gratificante. Os moradores se envolvem bastante na proposta. Os alunos buscam a continuidade, como e onde estudar teatro, e sempre pedem para que a gente volte.

E para os integrantes do grupo, como tem sido a experiência?
É algo novo para grupo Fibra, que tem 30 anos, aprovar, captar e executar um projeto com lei de incentivo. A experiência tem sido fantástica. Nossa meta era estruturar um espaço próprio para ministrar oficinas e fazer apresentações, porque o centro cultural de Montes Claros é muito pequeno e não consegue atender à demanda. No ano passamos conseguimos realizar esse sonho. O espaço foi inaugurado em novembro (Rua Sebastião Dias Soares, 75 – Alto São João) com uma grande temporada do espetáculo “Vem ver o Boi”.

Que por sinal é um espetáculo diferente do que o grupo vem fazendo nos últimos anos...
É verdade. Ficamos muito tempo sem produzir um espetáculo para adultos. Mas tivemos uma aceitação muito grande do público. Foi um desafio para o grupo fazer o Expresso Sertão com dois espetáculos direcionados a públicos diferentes, mas agora estamos prontos para sair estrada afora.

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