Festas de Agosto 2010

Montes Claros vive um tempo sagrado

Quarta-feira, 18 de agosto de 2010. Pelas ruas de Montes Claros, catopês, marujos e caboclinhos cantam a própria fé.

Popularmente conhecida como Festa dos Catopês, as Festas de Agosto remontam a própria história de Montes Claros pois acontecem desde que essa ainda era uma fazenda, no início do século XVII. Cada vez mais presente na vida do povo montesclarense e norte-mineiro, a festa se tornou a maior expressão cultural da região e é tema de estudo para as escolas e academias, que buscam pelo entendimento dos significados de seus símbolos e rituais.

Na noite desta quarta-feira, primeiro dia da festa, os ternos de Catopês se reúnem na sede da Associação dos Ternos de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros, no bairro Morrinhos, de onde saem em cortejo até a Igrejinha do Rosário, no centro da cidade, onde é erguido mastro com bandeira em homenagem a Nossa Senhora do Rosário.

Participante da festa há mais 70 anos e com 76 anos de idade, completados no dia 16 agosto, o coordenador da festa e presidente da Associação, mestre João Pimenta dos Santos – Mestre Zanza -, acompanhado de seus familiares e dos Catopês, devotos de Nossa Senhora e do Divino Espírito Santo, ergue a bandeira em homenagem à rainha da festa.
Entre cantos e vivório, enquanto o mastro é erguido, os devotos saúdam os catopês ausentes (todos os Catopês que já morreram) e os presentes (os vivos e os mortos que ainda não saíram deste mundo).

Tradicionalmente, neste dia, os Catopês não usam seus trajes de festa. Segundo Mestre Zanza, é necessário um rito de passagem, que faça a conexão entre os três planos para que o eixo do mundo se concretize e sacralize o tempo festivo.

A partir desse ritual, reis, rainhas, imperador e imperatriz reinam durante cinco dias em Montes Claros, protegidos pelos respectivos santos padroeiros.

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