Amor sertanejo

Domingo, 14 de agosto, a partir das 17 horas, no Centro Cultural Hermes de Paula, será realizado o Chá das Cinco com a escritora Maria Câmara. Ela vai lançar o livro Luan Luar, o monge.



O romance Luan Luar, o monge é um grito
de socorro na tentativa de salvar o meio ambiente


A obra da educadora e consultora editorial é uma homenagem à fauna e à flora norte-mineira. O pequizeiro, fruto símbolo do cerrado que recebeu tratamento especial pela autora, é quase um personagem dentro da história de amor vivida pelo casal Torneiro e Ingá. Com muita sensualidade ela fala da união dos dois e do fruto que fizeram vingar no meio sertão: Luan, personagem central, que conduz todo o enredo desta história. Um romance que mexe com as emoções, que faz repensar os valores de cada um e, principalmente, refletir sobre um tema bem atual: a importância de preservar o lugar onde se vive.

- Levei 20 anos para concluir este livro. Não tive pressa, escrevia quando o coração pedia, quando as ideias brotavam em minha cabeça. Pouco a pouco fui transferindo meus sentimentos e pensamentos para o papel - explica a escritora Maria Câmara.

Ela revela outro aspecto intrigante do processo de criação, tão romântico quanto a relação dos personagens com a natureza.

- Adoro o barulho da chuva, dos raios e dos trovões. Para mim é como uma canção de ninar, bom pra dormir, mas também para escrever - conta no quintal da casa onde mora, repleto de árvores, flores e pássaros.

Dos tempos de infância até os dias de hoje, a natureza sempre fez parte da vida desta apaixonada pelas letras e pelos livros.

- Mamãe me ensinou a ler e escrever com apenas seis anos. Mudei de Brasília de Minas para Montes Claros para estudar, em regime de internato. Gosto desta época, do Colégio Imaculada Conceição, do aprendizado, mas o momento mais esperado era as férias, quando voltava para a fazenda onde meus pais moravam. Em Montes Claros, o lugar que mais gosto é minha fazenda, às margens do Rio Verde, que ainda continua lindo mesmo diante de toda a agressão sofrida.

O romance Luan Luar, o monge também é um grito de socorro na tentativa de salvar o meio ambiente.

- Podemos não ser os responsáveis diretos pelo desmatamento, mas somos culpados pelo silêncio em não denunciar os verdadeiros predadores. Eu espero que meu livro sirva de alerta, de reflexão para com o futuro.

Para o escritor e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, Dário Teixeira Cotrim, o romance tem uma história extremamente rica e verdadeiramente bela.

- As palavras são colocadas com perfeição e clareza na formação das frases. Tudo isso para o brilhantismo de sua obra - avalia. - Foi uma leitura gratificante e muito proveitosa, tendo em vista os temas abordados pela autora, principalmente com a história de amor do jovem casal Torneiro e Ingá, a exemplo de Iracema, de José de Alencar – finaliza, dizendo que é uma obra que prende a atenção do leitor e faz questão de indicar o livro para quem admira um bom romance.

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