Um rio de conhecimentos
Projeto Cinema no Rio promove intercâmbio cultural ao levar a sétima
arte às populações ribeirinhas do São Francisco

O projeto comemora também os 510 anos do Velho Chico, esse caudaloso
rio habitado por indígenas e anteriormente conhecido como opará, algo como
“rio-mar”. Ele foi descoberto por Américo Vespúcio no dia 4 de outubro de 1501,
dia de São Francisco. Desde então, fez parte de importantes momentos históricos
do país.
Assim, o Cinema no Rio realiza uma série de atividades com o objetivo
de promover o intercâmbio com as comunidades que vivem as margens do rio São
Francisco. A principal é a exibição gratuita de filmes. Crianças, adultos,
idosos e até pessoas que nunca viram um filme na vida enchem as praças das
cidades. Então é luz, câmera, ação. E as emblemáticas palavras do mundo
cinematográfico ganham um novo significado.Parte desse novo sentido é criado ali mesmo, já que a equipe do projeto
é responsável pela produção e veiculação de um documentário local sobre a
cidade e seus habitantes. “Nos outros anos a população era mostrada nos filmes.
Dessa vez, ela também vai fazer parte da produção desse curta-metragem.
Depois dos documentários, é hora dos filmes, todos nacionais. Esse ano,
o projeto conta com oito curtas e seis longas-metragens, entre eles os recentes
O Palhaço, com direção de Selton Mello, e Hotxuá, com direção de Letícia
Sabatella e Gringo Cardia. O premiado Girimunho, com direção de Clarissa
Campolina e Helvécio Marins Jr, também faz parte da lista.
Depois de ser
exibido em festivais nacionais e internacionais, o filme finalmente será
mostrado à cidade de São Romão, aonde foi gravado. “O Girimunho nasceu no
projeto Cinema no Rio e agora vai ser visto pelos habitantes que me ajudaram a
produzi-lo. É o local onde eu mais tenho vontade de passar o filme”, conta
Helvécio Marins Jr, diretor do longa.
As comunidades também ganham conhecimento com a oficina de fotografia Imagem em movimento, direcionada a crianças de 12 a 16 anos. Os oficineiros vão conversar sobre o assunto, ensinar as regras básicas e deixar eles saírem pela cidade fotografando tudo que for interessante. “É o olhar deles sobre o espaço em que vivem”, explica Inácio. Cada participante também será fotografado. O material será então editado e exibido na telona antes dos filmes.
Todo esse sucesso é fruto do entendimento do cinema como uma forma de
manifestação cultural. “E nesse projeto ainda é mais do que isso, pois é também
uma forma de conhecer as outras manifestações culturais regionais. A proposta
não é só proporcionar que eles tenham contato com o cinema, mas que eles tenham
contato com suas próprias manifestações”, afirma Inácio.
Ele conta que o grupo de Batuque da cidade de Ponto Chique renasceu após a passagem do Cinema no Rio, na edição de 2006. “Eles diziam que a cidade não gostava deles. Insistimos e eles acabaram se apresentando. Foi um sucesso. Pela primeira vez vimos as pessoas da comunidade participando”, lembra Inácio. O grupo criou asas e chegou a fazer apresentações até em Brasília.
Ele conta que o grupo de Batuque da cidade de Ponto Chique renasceu após a passagem do Cinema no Rio, na edição de 2006. “Eles diziam que a cidade não gostava deles. Insistimos e eles acabaram se apresentando. Foi um sucesso. Pela primeira vez vimos as pessoas da comunidade participando”, lembra Inácio. O grupo criou asas e chegou a fazer apresentações até em Brasília.
Desde que foi criado, o projeto passou por diversas cidades de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, os cinco estados que recebem as águas do Velho Chico. Com as sessões gratuitas dos filmes o Cinema no Rio já levou cultura para mais de 200 mil pessoas.
Jerusia, já estamos em Pirapora trabalhando e o projeto está fantástico. Ontem mesmo a banda Sinfônica Jovem abriu o evento na cidade e deixou todo mundo encantado com o profissionalismo dos jovens que, em menos de 8 meses, apresentaram diversas músicas como a Sinfonia do Velho Chico, em comemoração aos 510 anos de descobrimento do Rio.
ResponderExcluirHoje a apresentação é em Buritizeiro, depois em Barra do Guaicuí e assim seguimos ao longo de outras 10 cidades na beira do São Francisco.
Abraços.