Alegria na adversidade


Alegria na adversidade

Jovens se preparam para atuar como Doutores da Alegria



O grupo Missionários Bom Samaritano realizou na tarde do último domingo, 27 de janeiro, treinamento para formação de novos Doutores da Alegria. Realizada na Casa do Senhor, espaço da renovação Carismática Católica da Arquidiocese de Montes Claros, a formação reuniu cerca de 60 jovens, que receberam instruções para o trabalho voluntário de visita a hospitais, asilos e casas de repouso.

Segundo André Kévny Alves, idealizador do Missionários Bom Samaritano, o trabalho dos Doutores da Alegria é realizado há três anos pelo grupo. “Iniciamos esse trabalho de forma intuitiva, sem saber muito que fazer, apenas com o chamado no coração e o desejo de ajudar as pessoas. Aos poucos fomos nos qualificando e, hoje, mantemos um cronograma regular de visitas ao hospital Santa Casa, sempre às quartas-feiras e sábados, e estamos retomando as visitas à Fundação Dilson Godinho, que foi a unidade hospitalar onde iniciamos o projeto”, relata.
 
 André explica que o trabalho é voluntário, mas é preciso um preparo inicial, com noções de ética, autocuidado e arte cênica. Durante a formação, os voluntários aprendem como se comportar no ambiente hospitalar e a melhor forma de estabelecer contato com os pacientes. “Não temos um manual técnico, nem somos profissionais das artes cênicas. As orientações são para manter a segurança do paciente e do voluntário, que é preparado psicologicamente para as visitas”, observa.

Segundo o seminarista, mais de duzentas pessoas já fizeram as visitas hospitalares com o grupo e são muitas as motivações que as levam a fazer esse tipo de trabalho. “Mas é preciso haver clareza do por que da realização do trabalho e um comprometimento por parte do grupo em relação às visitas. Nem sempre o paciente quer brincar, não se envolve. Às vezes ele não tem mais controle sobre seu corpo e já perdeu a esperança e quer algo mais. Precisamos estar preparados”, explica.

Durante a formação, o depoimento de Francielle, de 20 anos, que sofreu de leucemia ainda na adolescência, chamou a atenção dos participantes sobre a importância do trabalho dos Doutores da Alegria na sua recuperação. “Fiquei muito tempo internada para tratamento e aguardava com ansiedade a chegada dos Doutores da Alegria. Mesmo não tendo muita disposição física, as brincadeiras, as músicas e a alegria que aquele grupo trazia ao quarto, onde morria gente o tempo todo, eram um alento, uma motivação”, conta Francielle.

Jonathas Oliveira participa do grupo desde sua formação e diz que é uma sensação indescritível o contato com os pacientes. Músico e poeta, com o personagem Dr. Minduin, ele canta e conta histórias aos pacientes adultos. “É um trabalho individual, de pessoa para pessoa, cada um com sua história, com seu drama. Para cada uma delas é preciso ter uma abordagem, à vezes alegre, engraçada, às vezes séria e profunda. Mais que contar nossas histórias é preciso saber ouvir as histórias delas com leveza, respeito, amor e cuidado”, ressalta.

Segundo Jonathas, a formação de novos Doutores da Alegria vai reforçar o trabalho do grupo, que está se consolidando a cada dia. Além dos hospitais, o grupo também realiza visitas domiciliares e a asilos, com brincadeiras, rodas de conversas e trabalho de evangelização. “Muitos pacientes contam com nossas visitas nos hospitais e precisamos ampliar o grupo para atender à crescente demanda”, explica. 

O grupo Missionários Bom Samaritano ainda não possui sede própria, mas realiza periodicamente a formação de novos integrantes. Devido às particularidades do trabalho não é possível acompanhar as visitas aos hospitais antes de passar pelo treinamento, mas os interessados em participar podem ligar para o telefone (38) 9156-5550 e agendar o treinamento.

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