O Norte 12 anos

O Jornal O Norte de Minas, de Montes Claros, está comemorando 12 anos e, para marcar a data,  está produzindo uma série de matérias especiais com jornalistas que passaram pelo veículo. Republico a matéria em que conto um pouco da minha trajetória a partir da participação no Jornal, como estagiária, repórter editora-adjunta e aditora-chefe.

Jerúsia Arruda: a estagiária que se tornou editora-chefe


O Norte segue com as reportagens especiais durante o mês em que comemora 12 anos. Na edição de hoje, a homenagem é direcionada para a jornalista Jerusia Arruda, uma profissional que percorreu todos os caminhos dentro da redação, de estagiária à editora-chefe.




O Norte segue com as reportagens especiais durante o mês em que comemora 12 anos. Na edição de hoje, a homenagem é direcionada para a jornalista Jerúsia Arruda, uma profissional que percorreu todos os caminhos dentro da redação, de estagiária à editora-chefe.

A boa desenvoltura para escrever notícias foi o ponto forte da jornalista Jerúsia Arruda durante toda sua trajetória em O Norte. Entrou no jornal para fazer o seu primeiro estágio quando estava no 4° período do curso de Jornalismo, após três meses foi contratada como repórter. Alguns meses depois foi elevada à condição de editora-adjunta, função que compartilhava com o jornalista Eduardo Brasil.

Jerúsia sempre transitou no mundo da arte e, por sorte, ela ficava responsável pelas editorias de Educação e Cultura. A jornalista também produzia conteúdo para o Jornal Opinião, um precursor de O Norte. “O jornal me deu a oportunidade de escrever sobre algo que eu tinha afinidade. Certamente, se tivesse iniciado em outra editoria que não a de Cultura, não teria tanto aprendizado. Mas, além do trabalho como repórter, O Norte ampliou minhas fronteiras e, generosamente, me deu a oportunidade de desenvolver habilidades como: edição, trabalho em equipe e liderança. Foi através destas condições que me tornei uma profissional mais preparada. Devo muito do que sou hoje à experiência que adquiri trabalhando no jornal”, comenta.

A primeira missão de Jerúsia como repórter no jornal foi entrevistar o poeta, compositor e diretor de teatro, Jorge Salomão, que estava em Montes Claros para participar do Salão de Poesia Psiu Poético. No início algumas pessoas não acreditaram que ela conseguiria escrever a matéria, mesmo assim não desistiu e escreveu. No dia seguinte recebeu o telefonema do artista, dizendo que nunca havia lido uma reportagem sobre ele tão boa como a dela.  “Foi uma grande honra entrevistá-lo, pois além dele ser compositor das músicas que eu amava, Jorge era irmão do grande Waly Salomão, de quem eu era e sou muito fã. Receber o elogio dele me deu coragem e confiança para continuar acreditando que poderia me tornar uma jornalista”, afirma.

Segundo Jerúsia, no jornal ela teve a oportunidade de viver momentos únicos e inesquecíveis. Fazer reportagens com músicos, escritores e artistas plásticos era o seu maior prazer. “Fiz entrevistas especiais com muita gente que eu gostava, como Arthur Moreira Lima, os irmãos Lô e Márcio Borges, Nelson Motta, o grande escritor Bartolomeu Campos Queiroz, e tantos outros. Foi tanta gente que meu saudoso amigo Peré até me sugeriu editar um livro com essas entrevistas. Me apaixonei pelas artes plásticas ao conhecer mais de perto o trabalho de Conceição Melo, Márcia Prates e João Rodrigues. Também tive a oportunidade de abrir espaço a tantos artistas da região, com quem sempre convivi, e que têm tantas histórias para contar, como Téo Azevedo, Charles Boavista e outros que tive o privilégio de entrevistar. Por ter vivido intensamente o universo da música, entendia os anseios da classe e reconhecia o que poderia fazer diferença. Um marco pra mim foi a cobertura do primeiro Festival de Cinema de Montes Claros, um marco histórico para a cultura montes-clarense”, explica Jerúsia.

Atualmente a jornalista trabalha como assessora de comunicação do SAMU Macro Norte, em Montes Claros. A sua experiência no jornal foi o start para o seu desenvolvimento profissional. “No jornal tive o privilégio de exercitar a prática com profissionais experientes, altamente qualificados, confrontar o que aprendia na faculdade com a realidade de mercado, avaliar o que funcionava e o que dificilmente passaria de ideologia. Foi um laboratório importante para minha formação. O Jornal O Norte faz parte de mim. Não trabalho mais no veículo, mas acompanho as produções dos colegas que permaneceram na equipe e creio que, caso decida retornar à imprensa, O Norte é o meu lugar”, conta.

Jerúsia saiu do jornal em 2007 e no final de 2010 retornou como editora-chefe, permanecendo no cargo até 2011. “Guardo uma lembrança de cada colega, gravada em minha memória afetiva, mas tenho um carinho especial pela jornalista Adriana Queiroz, com quem me encontrei na faculdade e de quem sempre estive próxima, de alguma forma. Outra pessoa que jamais vou esquecer é o Alzemar, que ajuda a manter o jornal com a alma. A generosidade, simplicidade e amizade dele me comovem”, comenta emocionada.

De acordo com a jornalista, o jornal abriu portas para o sucesso da sua profissão. “Desejo a O Norte que ele se renove e continue sendo esse veículo que já nasceu grande. Sou grata pela oportunidade que me foi dada e pelo carinho e amizade dessa equipe que sempre soube dar voz a quem nem sempre tem oportunidade de se fazer ouvir”, finaliza.

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