Arte do morro e da periferia ganhando o mundo
Com
edição ampliada, que inclui lançamentos literários, exposições e debates, além
do audiovisual e da música, o Imagens da Cultura Popular Urbana – Mostra
de Arte, Cultura e Cidadania Favela é Isso Aí será
gratuito, itinerante e imperdível
A partir do dia 10 de agosto acontece o “Imagens da Cultura Popular
Urbana – Mostra de Arte, Cultura e Cidadania Favela é Isso Aí”. Belo Horizonte
(MG), Vespasiano (MG), Raposos (MG), Ribeirão das Neves (MG), Diadema (SP), Rio
de Janeiro (RJ), Torres Vedras e Coimbra (ambas em Portugal) serão
palco de uma produção intensa e diversa. O evento que vai até novembro tem
entrada gratuita.
A mostra é realizada pela ONG
Favela é Isso Aí, que desde 2004 atua de maneira pioneira mapeando a
produção artística de favelas e periferias contribuindo, por meio de uma série
de ações, também para inclusão social e combate à exclusão. Em sua quarta
edição, a mostra engloba festival audiovisual, shows musicais, exposição de
fotos sobre as comunidades, debates e lançamento de quatro volumes da coleção
Prosa e Poesia no Morro. Para ficar por dentro. Acesse a programação completa
no site: www.favelaeissoai.com.br/noticias.
“Nossa vontade sempre foi ampliar o
evento, que até então tinha um bom recorte da produção audiovisual produzida
nas favelas e periferias. Foi um desafio que combinou edital e curadoria para
que outras manifestações artísticas circulassem por oito cidades, duas delas
fora do Brasil, e 19 centros culturais”, explica Clarice Libânio, antropóloga
e coordenadora executiva da ONG. O processo de seleção, de acordo com ela,
precisou incluir convites. “Recebemos menos inscrições, pois a falta de
políticas de incentivo à cultura reflete especialmente nesses espaços. No
entanto, são artistas que não se intimidam, buscam manter seus trabalhos, como
eles mesmos dizem, na tora”, analisa.
Clarice destaca os lançamentos da
coleção Prosa e Poesia do Morro como um esforço coletivo para fazer acontecer.
“A gente é muito insistente porque sabe da importância de reverberar essa arte,
que é de guerrilha mesmo. A cultura dos morros, das periferias, das ruas é pura
resistência. Tínhamos verba para apenas três publicações, mas descobrimos no
Aglomerado da Serra que garotos estavam produzindo um dicionário de gírias e
conseguimos imprimi-lo também na gráfica”, comemora.
“São publicações que fazem uma
crítica do espaço urbano, do processo de crescimento desenfreado, da
gentrificação, das ocupações. Acredito que é uma coleção muito interessante do
ponto de vista crítico. Por isso, estabelecemos pontes com a UFMG por meio do
Grupo de pesquisa Praxís/Escola de Arquitetura, e do CEDEPLAR/Faculdade de
Economia, através do Programa LUMES. Queríamos muito dar conta dessa produção,
é um sonho manter a editora, porém ainda dependemos das leis de incentivo”,
afirma Clarice.
A antropóloga reitera que o
protagonismo em todos os projetos da ONG é dos artistas. “Eles sempre irão
produzir de maneira independente, mesmo no contexto de ausência de políticas
culturais. Eles são a vanguarda. Nós apoiamos, incentivamos, mas sempre seremos
de fora. O que fazemos é agrupar essas artes, levar para outros espaços, outros
públicos e envolver também a universidade. Para esses artistas, todas as formas
de reconhecimento são imprescindíveis”.
Ela lembra que na última edição, a
organização do evento precisou solicitar ao SESC sessão extra da exibição de um
filme. “Chegaram dois ônibus lotados para a exibição, público vindo da
comunidade do diretor. A gente conseguiu, e foi muito especial porque também
contribui para estimular a garotada que foi lá assistir. Estar nesse lugar onde
a periferia dificilmente é a atração da programação valoriza a autoestima do
artista e do público”, defende.
Com a cultura das redes e
compartilhamento, Clarice reconhece muitas mudanças positivas. “Os rappers, os
poetas dos saraus articulam os próprios eventos pelo Facebook. As
imagens são divulgadas de maneira imediata, os movimentos se conectam mais com
os públicos. Tudo isso favorece não apenas o “Imagens da Cultura Popular
Urbana”, como a formação de uma massa crítica, de uma capital cultural. Esses
movimentos, como o Duelo de MC’s, por exemplo, ultrapassam a cultura, ganham um
importante caráter político”, avalia.
Manobra dá o tom da abertura da Mostra
Imagens da Cultura Popular Urbana -
Mostra de Arte, Cultura e Cidadania Favela é Isso Aí será aberto nesta
quarta-feira, dia 10 de agosto, 20h, no SESC Palladium. A noite de abertura
será musical e contará com o show do projeto Manobra.
Sobre o Manobra
Mano e obra de arte juntos, o rapaz
comum e a construção de suas ideias e a necessidade de contar a sua história e
a história de seu povo, fazendo quebrar com a lógica de que a margem não tem
história.
Através do rap, na forma de um “livro
sonoro”, são narradas as epopeias desse povo dos cantos da cidade, dos guetos
periféricos e de bordas ainda mais longínquas do sertão, nesse caso o sertão
mineiro, o Vale do Jequitinhonha.
O Projeto Manobra propõe um rap
orgânico, em uma profusão de timbres e referências musicais. As batidas fortes
e características deste estilo musical são desenhadas e executadas por uma base
percussiva repleta de instrumentos acústicos. O grupo trabalha a musicalidade
negra brasileira e a personalidade dos tambores de minas em diálogo com o rap.
A sonoridade também agrega guitarras,
baixo, cavaquinho e o canto melódico. Em uma trama com ritmos brasileiros como
o samba, maracatu, congo, baião, em riffs de guitarra e em levadas de soul e
funk, outras conversões estéticas são delineadas e alinhadas aos traços
estilísticos da cultura hip hop.
Integrantes: Anna Lages: pandeiro e voz
Eduardo DW: voz.
Gleison Junio: cajón.
Heberte Almeida: guitarra, violão e
voz.
Raíssa Uchôa: baixo e voz.
Manu Ranilla: caixa de folia,
pandeiro, conga, chocalhos, efeitos e voz.
Marcos Chagas: cavaco e voz.
PROGRAMAÇÃ0
IMAGENS
DA CULTURA POPULAR URBANA
MOSTRA
DE ARTE, CULTURA E CIDADANIA FAVELA É ISSO AÍ
Lançamento
dos livros da coleção Prosa e Poesia no Morro
Shows,
debates, exposições.
Festival
audiovisual - Mostras competitivas, itinerantes e especiais.
De
10 de agosto a 19 de novembro de 2016
MOSTRA
PRINCIPAL
SESC
Palladium.
Av.
Augusto de Lima, 420 - Centro - Belo Horizonte.
Abertura:
Dia 10 de agosto, quarta-feira, 20h.
Show:
Favela é Isso Aí mostra a
diversidade
musical das comunidades.
Convidado:
Manobra, com o show A Borda.
Dia 11 de agosto, quinta-feira.
18h30
– Abertura da 4ª. Edição do Festival Imagens da Cultura Popular urbana
Programa
1.
“Ostentação
– 20’2”, documentário - BH/MG - Marcelo Lin e Fernando Rossi
“Rap
de protesto – 2’51”, videoclipe - Jardim Vitória, BH/MG - Clebin Quirino.
“Juventude
é pra viver, mano – 8’05”, documentário – Taquaril, BH/MG – Richardson Pontone
“Grota
dos Puris -15’, documentário -Juiz de Fora/MG - Gerliani Mendes
“Bolou
– 10’, ficção – Natal/RN - Rodrigo Sena
20h–
Lançamento dos livros da coleção Prosa e Poesia no Morro, com debate e
intervenção artística do Grupo do Beco.
Dia 12 de agosto, sexta-feira.
18h30
– Programa 2
“Poesia
Aérea – 9’4”, documentário - Vila São José, BH/MG - Menderson Nzangeby
“O
menino do dente de ouro – 15’, ficção – Natal/RN - Rodrigo Sena.
“My Brother – 15’, ficção - Conj. Vera Cruz, Goiânia/GO - Raphael Gustavo da Silva.
“Paz
no Quilombo – 5’, documentário – BH/MG - alunos da oficina de audiovisual do
Centro socioeducativo Horto.
“O
dia que ele decidiu sair – 14’57”, documentário – Salvador/BA - Thamires Vieira
20
h – Programa 3.
Sessão
especial – “Ela volta na quinta – 107’, ficção - Contagem/MG, André Novais
Oliveira / Filmes de Plástico.
Dia 13 de agosto, sábado.
17
h – Programa 4.
“Plano
Aberto – 25’5”, documentário - Rio de Janeiro/RJ - Elder Barbosa
“Entulhos
– 11’11”, documentário - Aglomerado Santa Lúcia, BH/MG - Cristiano Silva Rato e
Antônio Eduardo Silva Nicácio
“Esqueça,
por enquanto – 7’36”, ficção - Morro da providência, Rio de Janeiro/RJ –
Priscila Gomes
“Nem
tudo é o que parece – 2’07”, ficção – Ipanema, Rio de Janeiro/RJ - Josy
Manhães.
“O
Muro é o Meio – 15’, documentário - Aracaju/SE - Eudaldo Monção Jr.
19
h – Programa 5.
“Muitos
me seguem mas só
Deus me acompanha – 15’3”, documentário – Anápolis/ GO
Rei
Souza
“Olhe
bem as montanhas – 4’39”, videoclipe – BH/MG - Palestina Israel
“Ocupar,
resistir e construir – 14’30”, documentário – BH/MG – Edinho Vieira
“Há
queima roupa – 9’43”, documentário - Rio de Janeiro/RJ - Pedro Dantas e
Christian Caselli
“Folia
de Reis do Santa Marta – 4’59”, documentário - Favela do Santa Marta, Rio de
Janeiro/RJ - Josy Manhães
“Gigantes
da alegria – 12’02”, documentário - Rio de Janeiro/RJ – Ricardo Rodrigues e
Vitor Gracciano.
Dia 14 de agosto, domingo.
17
h – Programa 6
“Lúcida
– 16’, ficção - São Paulo/SP - Fabio Rodrigo
“Dandara
– 4’, documentário – BH/MG - alunos da oficina de audiovisual do Centro
socioeducativo Horto.
“Saci
Pererê - Caçada nas Horas Mortas – 8’46”, ficção - Ribeirão das Neves/MG –
Gemerson Sander Silva
Três
Por Dez – 10’, documentário – Suzano/SP – Rômulo Cabrera
“Há
um Dragão na Guanabara – 13’25”, documentário - Rio de Janeiro/RJ – Elder
Barbosa
19
h – Programa 7
Sessão
Especial - Mostra de filmes em animação do Festival Bang Awards,
Torres
Vedras, Portugal, com as temáticas Imagens dos Povos e Natureza Humana.
Encerramento:
De 15 a 20 de novembro
Exposição
de fotos das comunidades, em parceria com o projeto “Favela, uma
foto
por dia”, de Horacius de Jesus.
Dia
18 de novembro, sexta-feira, 20h
Favela
é Isso Aí mostra a diversidade musical das comunidades. Convidado:
Oficina
de violões da Serra - Aniversário de 10 anos. Coordenação Heberte Almeida.
Dia
19 de novembro, sábado.
De
9h às 17h – Seminário Identidade e Diversidade cultural nas periferias
Urbanas
19h
– Sessão de encerramento do Festival, com os filmes premiados.
MOSTRAS
ITINERANTES E ESPECIAIS
BELO
HORIZONTE - MG
Casa
do Beco
Av:
Artur Bernardes, 3876. Barragem Santa Lúcia / Belo Horizonte - MG
Sessões
dias 04 e 05 de novembro, às 19h e 20h30.
Espaço
Comum Luiz Estrela
Rua
Manaus, 348 – Santa Efigênia
Sessões
15/9 e 20/10, sempre às 19h.
Centro
Cultural Lá da Favelinha
Rua
Dr. Argemiro Rezende Costa, 191, Novo São Lucas, Favelinha,
Aglomerado
da
Serra.
Sessões
dias 24/08, 14/09, 28/09, 05/10, 19/10 e 09/11, sempre às 19h30.
Centro
Cultural São Bernardo
Rua
Edna Quintel, 320, São Bernardo
Sessões
dia 01 de setembro, às 20h.
Centro
Cultural Bairro das Indústrias
Rua
dos Industriários, 289, Bairro das Indústrias.
Sessões
de 23 a 26 de agosto, sempre às 19h30.
Centro
Cultural Padre Eustáquio
Rua
Jacutinga (antiga Feira Coberta), 821, Padre Eustáquio.
Sessões
dias 23/9; 30/9; 7/10; 14/10; 21/10 e 28/10, sempre às 14h.
Centro
Cultural Pampulha
Rua
Expedicionário Paulo de Souza, 185, Urca.
Sessões
nos dias 17 de Setembro, das 14h às 19h; e 8 de Outubro - sessão
infantil
às 15h.
Centro
Cultural Salgado Filho
Rua
Nova Ponte, 22, Salgado Filho
Sessões
dia 22 de setembro, às 9h30.
Centro
Cultural Jardim Guanabara
Rua
João Álvares Cabral, 277, Jardim Guanabara
Sessões
dias 24 de agosto, 21 de setembro e 19 de outubro, sempre às 18h.
VESPASIANO
- MG
Arena
do Vale
Rua
José Capucho, 23. Bairro Vale Formoso
(31)
99239 0910 / 98390 3631
Sessões
em setembro e outubro de 2016.
Espaço
Sócio Cultural Diadorim
Rua
Araripe, 21. Bairro Santa Clara.
(31) 992960275 / 988337695
Sessões
em setembro e outubro de 2016.
RAPOSOS
– MG
Casa
de Gentil
Rua
Sergipe, 689 - Bairro Vázea do Sítio.
https://www.facebook.com/pages/Casa-De- Gentil-Culturas-Conv%C3%ADvios/174921629330364
Sessão
infantil dia 11 de outubro às 19:30 hs.
RIBEIRÃO
DAS NEVES – MG
Centro
Cultural Henfil.
Rua
Carmélia Loff, 195. Bairro Labanca – Justinópolis.
Sessões
dia 18 de novembro, a partir das 18 horas.
DIADEMA
- SP
Cine
Eldorado
Rua
Frei Ambrósio de Oliveira Luz, 55. Eldorado.
Sessões
dias 10, 17 e 24 de Setembro, sempre a partir das 14h30.
RIO
DE JANEIRO - RJ
Arena
Dicró.
Av.
Brás de Pina, s.n, Parque Ary Barroso, Penha. Entrada pela R. Flora Lobo.
Sessões
dias 03 e 04 de setembro (sábado e domingo), às 18h e 19h.
TORRES
VEDRAS, PORTUGAL.
Festival
Bang Awards
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