Em busca da memória perdida
Na manhã desta quinta-feira, 16/04, numa breve passagem pela rua Coronel Celestino, no centro histórico de Montes Claros, não pude resistir e fiz uma rápida parada para apreciar o trabalho de restauração feito no velho casarão da Fafil, que está sendo preparado para abrigar o promissor Museu Regional do Norte de Minas, da Unimontes, e no sobrado da família Versiani Maurício, que muito provavelmente também se tornará um abrigo cultural. Na carona, aproveitei também para registrar a reforma da Escola Técnica de Saúde, que está se tornando um importante centro de estudos para a região.
Apesar de boa parte da rua estar um verdadeiro canteiro de obras, é impossível não se render à bucólica paisagem que instiga à investigação da história da centenária cidade que é considerada a mais importante da região e uma das principais do Estado, não só nas questões econômicas e sociais, mas principalmente pela cultura que abriga.
O Casarão
Número 75 da rua secular, o velho casarão da Fafil é uma construção de dois andares, outrora um verdadeiro templo da educação, e que por muitos anos ficou exposto às intempéries até se tornar ruínas.
Inaugurado em 19 de janeiro de 1889, o imponente prédio foi construído pelo coronel José Antônio Versiani, na rua Coronel Celestino, próximo à Praça da Matriz. Era sua residência e também ponto de comércio.
Inicialmente foi sede da Escola Normal Oficial, que ficou fechada durante alguns anos, no início do século 20 e, em 1908, passou a abrigar o Grupo Escolar Gonçalves Chaves.
Anos depois, o prédio passou das mãos da família Versiani para o estado de Minas Gerais e, em 10 de outubro de 1915, voltou a ser sede da Escola Normal, hoje Escola Professor Plínio Ribeiro.
Em 1928 a Escola Normal é fechada e instala-se no prédio o Departamento de Estradas e Rodagens de Minas Gerais. No ano de 1953, é reativada no prédio.
Em 1963, o casarão é cedido para a Fundação Norte Mineira de Ensino Superior e, sob o comando de João Valle Maurício, passou a abrigar a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Norte de Minas (Fafil), que oferecia os cursos de Geografia, História, Letras e Pedagogia. Os cursos, que eram mantidos pela Fundação Educacional Luiz de Paula (Felp), a partir de então, foram incorporados pela extinta Fundação Norte Mineira de Ensino Superior (FUNM). O prédio passou a abrigar, também, a Faculdade de Direito do Norte de Minas (Fadir), onde permaneceu até 1978, quando foi transferida para o campus universitário Professor Darcy Ribeiro, da Unimontes. A Fafil só foi transferida para o atual campus em 1992.
Restauração
Depois de ser usado como banheiro e depósito de lixo por desocupados, além de servir de abrigo para usuários de drogas, de ter parte de sua estrutura (grades de bronze, madeiras) roubada, o velho casarão vai ter de volta seu posto de destaque no centro histórico de Montes Claros.
Em 2007, o governador Aécio Neves liberou R$ 400 mil para a recuperação do prédio que será sede do Museu Histórico Regional do Norte de Minas.
Com o projeto elaborado pela Unimontes, que também será mantenedora do museu, a previsão é de que as obras de restauração sejam concluídas em breve, subsidiados pelo governo do estado, em parceria com a Cemig, através do Programa Cemig Cultural.
Segundo o reitor da Unimontes, professor Paulo César Gonçalves de Almeida, o custo total da implantação do projeto está orçado em R$ 2,09 milhões.
O orçamento previsto é destinado para as obras físicas, compra de mobiliário e equipamentos, montagem de espaços para exposições, recuperação de documentos antigos e formação do acervo do Museu, além de promoção de cursos de qualificação para formar equipe de recuperação do patrimônio histórico e de pesquisa em sítios arqueológicos e antigas comunidades indígenas e quilombolas.
De acordo com a Unimontes, os recursos iniciais liberados pelo governo foram investidos na elaboração e pré-produção de projetos e de trabalhos preparatórios do prédio para a instalação do Museu Histórico Regional do Norte de Minas.
Memória
Na manhã desta quinta-feira, 16/04, numa breve passagem pela rua Coronel Celestino, no centro histórico de Montes Claros, não pude resistir e fiz uma rápida parada para apreciar o trabalho de restauração feito no velho casarão da Fafil, que está sendo preparado para abrigar o promissor Museu Regional do Norte de Minas, da Unimontes, e no sobrado da família Versiani Maurício, que muito provavelmente também se tornará um abrigo cultural. Na carona, aproveitei também para registrar a reforma da Escola Técnica de Saúde, que está se tornando um importante centro de estudos para a região.
Apesar de boa parte da rua estar um verdadeiro canteiro de obras, é impossível não se render à bucólica paisagem que instiga à investigação da história da centenária cidade que é considerada a mais importante da região e uma das principais do Estado, não só nas questões econômicas e sociais, mas principalmente pela cultura que abriga.
O Casarão
Número 75 da rua secular, o velho casarão da Fafil é uma construção de dois andares, outrora um verdadeiro templo da educação, e que por muitos anos ficou exposto às intempéries até se tornar ruínas.
Inaugurado em 19 de janeiro de 1889, o imponente prédio foi construído pelo coronel José Antônio Versiani, na rua Coronel Celestino, próximo à Praça da Matriz. Era sua residência e também ponto de comércio.
Inicialmente foi sede da Escola Normal Oficial, que ficou fechada durante alguns anos, no início do século 20 e, em 1908, passou a abrigar o Grupo Escolar Gonçalves Chaves.
Anos depois, o prédio passou das mãos da família Versiani para o estado de Minas Gerais e, em 10 de outubro de 1915, voltou a ser sede da Escola Normal, hoje Escola Professor Plínio Ribeiro.
Em 1928 a Escola Normal é fechada e instala-se no prédio o Departamento de Estradas e Rodagens de Minas Gerais. No ano de 1953, é reativada no prédio.
Em 1963, o casarão é cedido para a Fundação Norte Mineira de Ensino Superior e, sob o comando de João Valle Maurício, passou a abrigar a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Norte de Minas (Fafil), que oferecia os cursos de Geografia, História, Letras e Pedagogia. Os cursos, que eram mantidos pela Fundação Educacional Luiz de Paula (Felp), a partir de então, foram incorporados pela extinta Fundação Norte Mineira de Ensino Superior (FUNM). O prédio passou a abrigar, também, a Faculdade de Direito do Norte de Minas (Fadir), onde permaneceu até 1978, quando foi transferida para o campus universitário Professor Darcy Ribeiro, da Unimontes. A Fafil só foi transferida para o atual campus em 1992.
Restauração
Depois de ser usado como banheiro e depósito de lixo por desocupados, além de servir de abrigo para usuários de drogas, de ter parte de sua estrutura (grades de bronze, madeiras) roubada, o velho casarão vai ter de volta seu posto de destaque no centro histórico de Montes Claros.
Em 2007, o governador Aécio Neves liberou R$ 400 mil para a recuperação do prédio que será sede do Museu Histórico Regional do Norte de Minas.
Com o projeto elaborado pela Unimontes, que também será mantenedora do museu, a previsão é de que as obras de restauração sejam concluídas em breve, subsidiados pelo governo do estado, em parceria com a Cemig, através do Programa Cemig Cultural.
Segundo o reitor da Unimontes, professor Paulo César Gonçalves de Almeida, o custo total da implantação do projeto está orçado em R$ 2,09 milhões.
O orçamento previsto é destinado para as obras físicas, compra de mobiliário e equipamentos, montagem de espaços para exposições, recuperação de documentos antigos e formação do acervo do Museu, além de promoção de cursos de qualificação para formar equipe de recuperação do patrimônio histórico e de pesquisa em sítios arqueológicos e antigas comunidades indígenas e quilombolas.
De acordo com a Unimontes, os recursos iniciais liberados pelo governo foram investidos na elaboração e pré-produção de projetos e de trabalhos preparatórios do prédio para a instalação do Museu Histórico Regional do Norte de Minas.
Memória
A fundação do Museu Histórico Regional é resultado de um projeto elaborado em 2005, com participação da museóloga Célia Maria Corsino, aprovado pelo ministério da Cultura, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/91-a Lei Rouanet). A aplicação desses recursos é feita pela Unimontes, com assessoria da secretaria de Estado de Cultura, através da superintendência de Museus.
De acordo com a Unimontes, o projeto prevê a criação do Museu para preservação da memória e tradições da região, através de exposições permanentes de seu acervo, que será montado para contar a evolução histórica de Montes Claros. O Museu também vai disponibilizar fotografias, documentos e outros materiais antigos para estudos e pesquisas, uma biblioteca, uma mapoteca e, ainda, a série de telas Via-Sacra, do artista plástico Konstantin Christoff, que será integrada ao acervo do Museu.
Nessa rápida passagem pela Cel Celestino, foi possível perceber o que o prédio da Fafil representou e ainda representa para a cidade e seus moradores. É a materialização da história, a memória viva de uma cidade que está cada vez mais sem cultura histórica.
De acordo com a Unimontes, o projeto prevê a criação do Museu para preservação da memória e tradições da região, através de exposições permanentes de seu acervo, que será montado para contar a evolução histórica de Montes Claros. O Museu também vai disponibilizar fotografias, documentos e outros materiais antigos para estudos e pesquisas, uma biblioteca, uma mapoteca e, ainda, a série de telas Via-Sacra, do artista plástico Konstantin Christoff, que será integrada ao acervo do Museu.
Nessa rápida passagem pela Cel Celestino, foi possível perceber o que o prédio da Fafil representou e ainda representa para a cidade e seus moradores. É a materialização da história, a memória viva de uma cidade que está cada vez mais sem cultura histórica.
Jerúsia, parabéns! Seu blog está legal. "Que Deus te abençoe e te guarde".
ResponderExcluirGostei muito de receber seu email e mais ainda pelo tema "Em busca da memoria perdida" mas acho que estamos muito longe de achar esta memoria. Ela esta muito alem das coisas materiais, como no caso o casarao. Devemos busca-la nao so no casarao, mas nos seus MORADORES , porque sem eles , o casarao nao existiria. Gostaria de trocar ideias com voce a respeito, porque sei que voce tem percepçao cultural para este assunto. Agradeço e desejo suscesso. LENA
ResponderExcluirboa tarde Jerusia, tudo bem?
ResponderExcluirmeu nome é Vânia e gostaria de te pedir uma ajuda. Preciso encontrar o livro "Historia da família Versiani", editado em 1944 por Rui Veloso Versiani dos Anjos. Não consegui descobrir qual é a Editora, para eu comprar um exemplar. Será que você conseguiria me ajudar? Vi no seu Blog a materia sobre a reforma do casarão.
Grande abraço
Vânia