Depois de dois anos da aprovação, artistas de Montes Claros continuam esperando pelos benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura
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Aprovada por unanimidade pela Câmara Municipal, em 13 de novembro de 2007, e sancionada em 07 de dezembro do mesmo ano, pelo então prefeito Athos Avelino Pereira, a Lei Municipal 3.830 criou o Sistema Municipal de Incentivo à Cultura, o Conselho Municipal de Cultura e o Fundo Municipal de Cultura, mas que até hoje não saíram do papel.
“Não entendo porque o edital ainda não saiu. O processo de criação da lei foi todo concluído, foi dada posse ao Conselho e já era para ter sido publicado o primeiro edital, que inclusive foi redigido. O artista fica refém porque a continuidade dos seus projetos depende de incentivo e a lei municipal é resultado de uma de uma antiga reivindicação da categoria exatamente para suprir essa necessidade”, lamenta o bailarino e coreógrafo Paulo Di Tarso.
O secretário de Cultura, Ildeu Braúna diz que há poucos dias discutiu com o prefeito Tadeu Leite a possibilidade de depositar o recurso no Fundo. “Vamos ter que dar posse aos novos conselheiros, porque algumas cadeiras mudam com a mudança de administração, como o presidente e o vice, representados pelo secretário e secretário adjunto de Cultura, bem como as cadeiras ocupadas pelos secretários de outras pastas. Feito isso, o prefeito já concordou em depositar o recurso”, explica o secretário.
Pela lei, o Fundo Municipal de Cultura é constituído por 1,5% do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), e pode ser ampliado através de doações de outros setores públicos e privados. “A proposta é dar posse aos novos conselheiros no encerramento da II Conferência Municipal de Cultura, que será realizada no dia 29 de novembro. A partir daí, vamos trabalhar para publicar o primeiro edital, o que deverá acontecer no próximo ano”, explica Lipa Xavier, secretário adjunto de Cultura.
Projetos
A lei contempla projetos nas modalidades culturais: artes cênicas (teatro, circo, ópera, mímica e dança), música, artes plásticas, artesanato, cultura popular, patrimônio cultural, literatura (incluindo cordel) cinema, vídeo e artes visuais, fotografia, entre outras.
O recurso anual do Fundo será dividido entre os projetos inscritos e aprovados. Após a publicação do edital, o artista inscreve o projeto e, se aprovado, o recurso é repassado diretamente a ele, dispensando a parte de captação, que normalmente é mais complexa do que a aprovação. “É importante que o edital também inclua oficinas de capacitação para elaboração do projeto, para facilitar o acesso”, observa Paulo Di Tarso.
Ator com mais 40 anos de carreira, Diógenes Câmara diz que nunca teve um espetáculo financiado. “O artista batalha, mas as empresas não acreditam e o acesso às leis de incentivo fica difícil, porque não há contrapartida. A lei municipal aprovada seria de grande ajuda, principalmente na realização de oficinas para formação de novos atores. Torço para que saia do papel”, ressalta.
Expectativa
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Trabalhando na divulgação do seu primeiro CD, a cantora Déborah Rosa (foto) diz que se a lei fosse efetivada, projetos maiores e melhores poderiam ser apresentados ao público, dando mais visibilidade ao artista e ao município. “Quando a administração pública incentiva algo que traz entretenimento, lazer e cultura, agrega valor ao município, dá visibilidade além das margens territoriais e atrai a população para junto do seu contexto político-social. Além disso, as pessoas ficam mais satisfeitas, mobilizadas, se tornando parceiras. Um exemplo é o esporte que tem levado o nome do município muito além das expectativas. A Lei de Incentivo à Cultura pode abrir novos momentos para a cultura da cidade”, analisa a cantora.
Idealizador do projeto que resultou na aprovação da lei, durante sua gestão como secretário municipal de Cultura, o artista plástico João Rodrigues diz que aguarda com ansiedade a publicação do edital. “Além de ser um proponente, pois dependo do incentivo para dar continuidade a alguns projetos, vejo a Lei Municipal de Incentivo à Cultura como uma democratização do acesso, principalmente a projeto menores, de artistas pouco conhecidos. A lei acaba com privilégios e conveniências e valoriza talentos”, avalia.
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Cara Jerusia.
ResponderExcluirParabéns pela materia,ficou muito boa. Precisamos que a lei entre logo em vigor.
A demora esta longa demais. As pessoas que estão não sabem a luta que foi para conseguirmos essa
aprovação.Mas a luta é pra vida inteira.
Beijos Azuis
Aroldo Pereira