100 anos do Samba


Cem anos de samba com histórias do sertão

No centenário do mais brasileiro dos ritmos, grupo norte-mineiro monta repertório para homenagear e valorizar as músicas do estilo na região
 
Hélio Carneiro, Edu Lemos, Flavin Ribeiro e Nenis du Carmu sempre foram apaixonados pelo samba e agora se unem com o projeto Couro de Gato

Em 1916, Donga registrou o samba “Pelo Telefone” uma criação coletiva de compositores que frequentavam a casa de Tia Ciata, no Rio de Janeiro. Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata Santo Amaro da Purificação foi uma cozinheira e mãe de santo brasileira, considerada por muitos como uma das figuras influentes para o surgimento do samba carioca. Começava aí a trajetória do gênero, que se tornou um dos principais ícones da cultura brasileira.

O samba é a matéria-prima de muitos ritmos e influencia repertórios de várias bandas. Em sua essência, o ritmo carrega a identidade nacional e foi pensando em manter e divulgar este patrimônio brasileiro, levando música da melhor qualidade, que quatro amigos se reuniram e deram vida ao projeto Couro de Gato.

Hélio Carneiro, Edu Lemos, Flavin Ribeiro e Nenis du Carmu sempre foram apaixonados pelo samba, mas demoraram a se juntar. Cada um seguia um projeto musical diferente, até que em 2016, coincidentemente no ano do centenário do samba, eles se reuniram e deram voz ao sonho.

- Quando nos encontrávamos, o samba era nosso assunto favorito. Todos nós gostamos muito do ritmo, mas tínhamos bandas diversas. No início desse ano nos reunimos e decidimos que era hora de montar algo específico para o ritmo e começamos a nos dedicar ao projeto Couro de Gato - diz o percussionista Hélio Carneiro.

O projeto Couro de Gato tem a proposta ousada de transformar o samba em mais um ritmo do sertão, criando núcleos de produção por todo Norte de Minas. Cada show será uma oportunidade de ouvir o que o ritmo tem de melhor, com clássicos de Cartola, Noel Rosa, Chico Buarque, Clara Nunes, João Bosco e outros nomes do samba.

- Nosso objetivo é acabar também com a ideia de que música velha é chata e desinteressante - diz Hélio.

As apresentações são animadas e riquíssimas de cultura e história. Além dos shows o grupo tem como meta a execução de projetos sociais em escolas e instituições de apoio a crianças carentes. A temática samba norteará o trabalho dos músicos junto aos pequenos, mostrando a eles a história do ritmo, os compositores, as letras e a influência no cenário nacional.

SAMBA EM MONTES CLAROS
Na região do sertanejo e de ritmos particulares como o arrocha a produção de samba não é muito divulgada e popularizada. Poucos conhecem Clemente Pereira de Araújo, o Sêo Quelé, homenageado do projeto. Aos 73 anos o pedreiro construiu além de casas e prédio, uma história de amor ao ritmo mais popular do país.

Compositor de sambas que tratam de vários temas, politica, relacionamentos e fatos do cotidiano com uma linguagem popular e a velha malandragem do samba ele será homenageado no projeto com um disco gravado com suas músicas.

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