Jovens são maioria em orquestra contemplada pelo programa
Corporação Musical Euterpe Homero Maciel, de Turmalina, incentiva alunos e mantém a tradição das bandas civis
A Corporação Musical Euterpe
Homero Maciel, localizada em Turmalina, tem jovens da cidade como maioria dos
integrantes. A orquestra foi uma das 85 contempladas para receber doações de
instrumentos musicais por meio do programa Bandas de Minas, da Secretaria de Estado de Cultura (SEC). A estratégia busca incentivar e valorizar um dos principais elementos
da identidade cultural mineira: as bandas civis de música.
Com registro de memória a partir
de 1840, a corporação possui, atualmente, cerca de 30 membros, sendo, em grande
parte, crianças e jovens a partir de 10 anos. O repertório é eclético, composto
por músicas populares brasileiras e internacionais. Os integrantes se reúnem
cerca de três vezes por semana na sede, localizada no centro da cidade, para
ensaios. Suas apresentações geralmente são de acordo com os eventos do
calendário da Prefeitura e da igreja.
Clarissa Magalhães, de 19 anos, é
integrante da orquestra desde que tinha 10. “Meu interesse pela música começou
quando assisti a uma apresentação da banda aqui na cidade. Queria muito
aprender a tocar algum instrumento. Foi então que decidi entrar para a
corporação”, conta.
Depois disso, conciliar a vida
pessoal com a orquestra se tornou mais fácil a partir da comunicação entre a
banda e a família da integrante. “É um lugar muito sério, tenho primos e irmãos
que também participam da banda. Por exemplo, quando precisamos viajar para
fazer apresentações, os responsáveis pela orquestra conversam com nossos
familiares antes e até veem a possibilidade deles nos acompanharem”, ressalta.
Para Valdir Alves, maestro da
corporação musical há 12 anos, a banda serve como incentivo para os
participantes tirarem boas notas na escola e se comportarem melhor em casa. “Quando
o aluno entra, deixamos claro que o estudo é prioridade. Além disso, há sempre
reunião com os pais para saber como o filho se comporta em casa. Tentamos usar
a orquestra como incentivo à disciplina. Também abordamos muito sobre questões
de bebida e droga, já que estão na fase da descoberta”, observa.
Helen Eliziário Lopes, 16, toca há
seis anos na banda civil. Apesar de pensar em cursar psicologia, não quer se
distanciar da música, pois a arte melhorou diversos campos de sua vida. “Eu
tenho muito prazer em tocar. Quando tem alguma apresentação ou ensaio que eu
não possa ir, eu converso com o maestro, já que a prioridade é o estudo. A
música ajudou em diversas áreas da minha vida. Antes de entrar, tinha problema
com minha timidez, que foi sumindo. Além disso, a minha coordenação motora
melhorou, aprendi a ter disciplina e raciocínio rápido”, destaca.
Segundo Helen, ganhar os
instrumentos contribuirá muito para as apresentações. “A banda necessita de
novos integrantes, então ganhar novas ferramentas ajuda no interesse das
pessoas em participar”, afirma.
Entre os materiais recebidos
estão: instrumentos de sopro, metal e percussão, que estimularão os
interessados que querem participar do grupo. “Para os alunos que estão entrando
agora na parte teórica, saber que poderão utilizar novos instrumentos na
próxima etapa é um incentivo muito grande”, explica o presidente da Corporação,
Vólber Maciel.
O protagonismo juvenil dos
integrantes da corporação é também o tom da Banda Mirim Prefeito Antônio de
Carvalho Cruz, de Diamantina. A seleção dos dois grupos jovens reafirma o
entendimento da Secretaria de Estado de Cultura no potencial da música para a
formação cidadã.
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